Linguística Aplicada, Raça E Interseccionalidade Na Contemporaneidade (vol. 2)

  • Autor: Glenda Cristina Valim de Melo
  • Editora: Mórula Editorial

Sinopse

Cada vez mais compreendemos que a Linguística Aplicada (LA) se relaciona com o mundo em que nos situamos. Esse entendimento tem provocado uma série de inflexões para os estudos do campo da LA ao analisarem o mundo em que vivemos.
A presença paulatina de pesquisadoras e pesquisadores negros, comprometidos com a superação do racismo, trouxe indagações insurgentes para a Linguística Aplicada, inovando-a com a presença de novos e desafiadores caminhos, desdobramentos teóricos e abordagens críticas.
Esses sujeitos e sujeitas, coerentes com o seu engajamento político e epistemológico, passaram a produzir conhecimento em uma abordagem interseccional na qual educação, classe, raça, etnia, gênero, periferias, sexualidades, linguagem, discurso, raça e poder, entre outros, são consideradas como importantes questões teórico-políticas e categorias de análise. Portanto, têm colocado o campo da LA em maior sintonia com as demandas da vida social da contemporaneidade.
O livro em questão apresenta estudos e indagações oriundos de autoras e autores de diferentes perspectivas teóricas. Abre caminho para a construção de novos conceitos e um diálogo interdisciplinar cada vez mais profícuo da LA com outras áreas do conhecimento. Os artigos enfatizam a importância da linguagem não somente para perpetuar o racismo, mas principalmente para a construção de práticas antirracistas. E reafirmam que não há como compreender a questão da linguagem sem uma abordagem interseccional.
Ao ler os artigos dessa coletânea compreendemos ainda mais o quanto a LA se constrói, historicamente, imersa na alteridade e nas relações de poder. Quando mais aberta a essa realidade, mais a LA compreenderá que a força da linguagem se expressa não somente por meio das palavras, mas também do (e com o) corpo, da estética, da ética e da arte. Essa compreensão que, aos poucos, vem ocupando lugar de legitimidade na LA, rompe com as perspectivas teóricas que advogam pela sua suposta neutralidade diante das mazelas do mundo em que vivemos. Antes, afirma a sua importância epistemológica e política para a superação das desigualdades e das discriminações.