Sinopse
Dividido em três partes, "Dentro do corpo vítreo", "No centro do corpo vítreo" e "Fora do corpo vítreo", Paulo Sá questiona "para que dois olhos para ver a mesma coisa?" Em seu poema "Para que dois olhos?", ele pergunta: "Quem não fica engasgado/ quando abre um olho/ por uma qualquer circunstância/ e se vê pelo outro submetido/ à outra evidência/ numa situação de sem querer/ se ver, dramaticamente, assujeitado/ ao que aquele não via?" Como nos dois livros anteriores, para Paulo Sá, a poesia é um experimento, uma experiência filosófica para se chegar à outra visão da mesma coisa, sem se sujeitar a olhos alheios. Ele busca tornar "mais pleno apenas/ o que é primário". São todas as versões do Ver, desde a lágrima que escorre ao espelho que replica o que os olhos não podem ver de si. Como estudar-se para descobrir o que ver. A experiência poética serve para deslindar o visto. Estudar o físico e o psíquico. "Eu era um empirista com progressos espetaculares". Ir além da compreensão: "Confie em mim/ sou desconfiado/ desfia o seu bailado/ que sou um cego/ confiando seu corpo tatuado". Raciocínio estético e preciso: "Cabe a você dizer que sim/ coube a mim desconversar que não". Para quem...