Sinopse
Este livro, uma etnografia histórica de grande interesse, transporta o leitor para o cotidiano das práticas de cura não oficiais das Minas Gerais no século XVIII, por meio de descrições detalhadas e muitos casos específicos coletados nos arquivos mineiros. As inúmeras situações e personagens que povoam o livro servem para evidenciar a complexidade da sociedade colonial no que diz respeito à atuação de curadores e calunduzeiros, às concepções de doença e cura e ao caráter da repressão às práticas ilegais.Mais do que isso, demonstra que havia um substrato de crenças bastante expandido: as “doenças de feitiço”. Esta expressão de época é um ponto central no texto, pois deixa patente uma concepção de doença distante da dominante nos meios médicos oficiais. Aqueles que sabiam manipular os feitiços eram temidos e figuravam também como alvo privilegiado da repressão.