Sinopse
No ano do centenário da Revolução Mexicana de 1910, a Boitempo Editorial reedita, com nova tradução, o depoimento mais importante sobre este momento decisivo da história latino-americana. Publicado em 1914, México insurgente foi o primeiro livro do jornalista estadunidense John Reed, que a partir daí ganharia notoriedade como o mais importante correspondente de guerra daquele país. Então com 26 anos, Reed passou quatro meses no México a serviço de um jornal nova-iorquino, acompanhando de perto a derrubada do ditador Porfirio Días e as rebeliões camponesas que irromperam depois do assassinato do presidente Madero, que tomariam proporções de uma guerra civil. Como aponta na apresentação o historiador Luiz Bernardo Pericás, "camponeses indígenas, pequenos empresários, rancheros, magonistas, zapatistas, villistas, militares, professores, jornalistas, mercenários, soldados, políticos, ladrões, foras da lei e até mesmo donos de terra participavam da grande convulsão social, que tinha diferentes matizes e interesses em jogo". De acordo com Pericás, um dos tradutores desta versão, juntamente com Mary Amazonas Barros, a obra constitui um retrato "magistral" das paisagens e do povo mexicano em luta, em especial de Pancho Villa, figura cuja trajetória era completamente distorcida pela mídia dos Estados Unidos. México insurgente foi um dos primeiros livros que Ernesto Che Guevara procurou ler quando chegou ao México, antes mesmo de conhecer Fidel Castro e de se tornar guerrilheiro. O livro o impressionou tanto que anos mais tarde, em 1965, leria novamente a obra, de partida do Congo e antes de seguir sua trajetória que terminaria na Bolívia. Mesmo tendo sido posteriormente institucionalizada, a Revolução Mexicana representa um dos capítulos mais importantes da história do continente e muitas de suas premissas e bandeiras seguiram inspirando diversos movimentos políticos emancipatórios.