Sinopse
Tecemos o livro Colonialidade e resistências no contexto do tenso processo de mudanças políticas, econômicas, sociais, culturais e étnico-raciais que vivemos no Brasil em 2013-2018, pressionados por setores políticos aderentes a interesses antipopulares do capital multinacional.
Como pós-graduandos em Educação da Unirio, entrelaçamos nossas pesquisas para entender as respostas e as propostas urdidas pelas múltiplas lutas que nos atravessam. Como um "tear", tramamos teias de resistência, pela união, por respeito, partilha e construção coletiva. Deparamo-nos com as nossas experiências e nos demos as mãos. Por meio de re-des-encontros, de entrecruzamento de ideias, criamos tessituras que tematizam "Colonialidade e resistências".
Entendemos, na primeira parte deste volume, que dispositivos éticos e epistêmicos decoloniais podem ser construídos pela ação organizada dos "condenados da terra", à medida que, tomando consciência da opressão colonial, promovam a práxis revolucionária e transgressora que avance, para além da dimensão de classe, também nas relações de gênero e de raça. Nesse sentido, as práticas insurgentes dos povos originários e diaspóricos reinventam, para além de resistência, formas de reexistência.
Na segunda parte, analisamos os processos de resistências cotidianas das juventudes brasileiras, dialogando com a experiência de uma jovem negra do subúrbio do Rio de Janeiro aprovada em Medicina da UFRJ. Ela afirma: "Inclusão é um ótimo sonho que a gente está tentando implementar na nossa sociedade. Acho que é isto que eu tento fazer todos os dias: ser inclusa".
É justamente o tema "inclusão em educação" que discutimos na terceira parte: sentimo-nos convocados a transformações, mudanças, quebras de paradigmas e a construir um cabedal de conhecimentos para novas práxis sociais e educacionais.
Na quarta parte, refletimos sobre processos de resistências em contextos heterogêneos de educação infantil, de museus e de avaliação educacional de larga escala.
Na quinta e última parte, discutimos desafios educacionais que identificamos na experimentação de técnicas didático-estéticas, como a do Madonnaro (técnica de pintura coletiva no chão).
Agora, em diálogo com você, pretendemos compreender práticas e teorias educacionais, articulando o debate da (de)colonialidade com processos concretos de resistência, que nos fizeram apostar na rebeldia e na criatividade para construir "um outro mundo possível", generoso, fraterno, justo: decolonial.